domingo, 2 de maio de 2010

Pacote de ajuda à Grécia será de US$ 146 bilhões

País aceitou fazer ajuste nas contas para receber ajuda financeira.
Plano é que dívida grega passe a cair a partir de 2014.

Do G1


O pacote de ajuda financeira à Grécia será de 110 bilhões de euros, ou US$ 146 bilhões, informou neste domingo o primeiro-ministro de Luxemburgo e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.


A zona do euro emprestará 80 bilhões de euros em empréstimos bilaterais e 30 bilhões virão do FMI.

O pacote veio em sinal de apoio ao severo plano de austeridade econômica anunciado horas antes pelo governo grego, que prevê a economia de 30 bilhões de euros - 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país -, com o objetivo de reduzir o déficit público abaixo de 3% em 2014 e, assim, evitar a quebra do país.

A decisão foi adotada por unanimidade após a avaliação de um relatório no qual o Executivo da União Europeia (UE) e o Banco Central Europeu (BCE) asseguravam que "a concessão de um empréstimo era necessária para garantir a estabilidade financeira da zona do euro"

Juncker também anunciou para o dia 7 de maio uma reunião de cúpula extraordinária dos líderes da zona do Euro.

Segundo o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Atenas, Poul Thomsen, a Grécia aceitou "ajustes fiscais sem precedentes" para conseguir a ajuda financeira internacional, declarou neste domingo.

País endividado

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida.

O déficit no orçamento, ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que arrecada, foi, em 2009, de 13,6% do PIB, um dos índices mais altos da Europa e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas regras da chamada zona do euro.

Sua dívida está em torno de 300 bilhões de euros (o equivalente a US$ 400 bilhões ou R$ 700 bilhões).

Austeridade nas contas
Mais cedo neste domingo, o governo da Grécia anunciou ter aceito o plano de austeridade econômica proposto pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O anúncio foi feito em Atenas pelo ministro de finanças do país George Papaconstantinou. Com o acordo, a Grécia passa a adotar um pacote de medidas com o objetivo de cortar o déficit no orçamento orçamentário do país em 30 bilhões de euros nos próximos três anos.

O plano era uma condição prévia para que a Grécia tivesse acesso aos fundos internacionais de até 135 bilhões de euros que tentarão salvar o país da quebra.

"O programa implica um esforço fiscal de 11 pontos do PIB, ou seja, 30 bilhões de euros em três anos (até 2013), em adição ao anunciado no programa econômico para 2010", explicou o ministro.

"Estamos sendo chamados a fazer uma escolha. Uma escolha entre o colapso ou a salvação, entre enfrentar um difícil e ambicioso programa de três anos de consolidação fiscal e de reformas estruturais, ou então levarmos o país ao fim da linha", afirmou Papconstantinou.

Detalhes do plano
O ministro disse que as medidas incluem um crescimento no imposto de valor agregado (IVA), um aumento de 10% nos impostos combustíveis, álcool e tabaco, além de uma redução de salários no setor público. O governo prevê agora que o país tenha uma contração de 4% do PIB em 2010 e 2,6% em 2011. O crescimento voltaria em 2012, com cerca de 1,1%.

A dívida grega é esperada para superar 140% do valor do PIB em 2013 e passará a diminuir a partir de 2014, afirmou Papaconstantinou, para quem o objetivo da ajuda financeira da União Europeia é permitir que o país possa ter acesso o mais rápido possível aos mercados financieros. "Em 2014 o déficit estará abaixo de 3%", assegurou.

A reunião que definiu o acordo foi transmitida ao vivo pela TV. No último sábado, durante as manifestações de 1º de Maio, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o plano, e foram registrados diversos confrontos entre manifestantes e a polícia.

Poucos minutos após o anúncio feito pelo ministro grego, o presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), o português José Manuel Durão Barroso, recomendou ativar a ajuda financeira ao país, medida que considera "decisiva" para a estabilidade da zona Euro e para recolocar a economia daquele país nos trilhos.

"A Comissão considera que se cumprem as condições para responder positivamente ao pedido do governo grego, e recomenda que se ative o mecanismo coordenado de ajuda à Grécia", declarou Barroso em um comunicado.

(Com informações da Reuters, da AFP, da BBC e de agências internacionais)

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