terça-feira, 27 de março de 2012

Entendendo os BRICS

Depois de ter se mostrado falha a tese de que após a queda do Muro de Berlim a humanidade enfrentava o fim da história ou pelo menos o fim de uma história de oscilação entre modelos políticos e econômicos em confronto desde praticamente a I Guerra Mundial surgiu um novo momento renovador do multilateralismo.Progressivamente as chamadas potências emergentes iniciaram ciclos de maior estabilidade política e um contundente desenvolvimento econômico.

Em 2001, o chairman da Goldman Sachs, Jim O' Neill, no seu paper Building Better Global Economic BRICs[1] identificou ao Brasil, Rússia, Índia e China como os estados que ocupariam uma posição dominante até 2050 na sociedade internacional. Ele utilizou o acronimo BRICs para identificar estes paises e a partir desse momento muito tem se falado e escrito sobre eles. Ainda que sob polêmica os BRICs tem iniciado um diálogo multilateral tentando articular ou pelo menos harmonizar suas posições e interesses estratégicos nos diversos foros econômicos e políticos nos quais participam.

Claro que enfrentam enormes dificuldades para firmar uma posição coerente e comum em todos os foros em parte porque são rivais na disputa por mercados internacionais mais é essencial o acompanhamento de suas parcerias e a evolução da sua incipiente diplomacia multilateral porque são considerados fundamentais para projetar e analisar o futuro das relações internacionais.

Na quarta edição da Carta-Brasil, publicação trimestral da Secretaria Executiva do Conselho Empresarial Brasil-China - CEBC, que procura analisar as principais questões relativas à Agenda Bilateral entre os dois países, são apresentados resultados preliminares de um Estudo que vem sendo realizado pelo CEBC acerca da ainda tímida presença das empresas Brasileiras na China. A publicação traz, ainda, uma entrevista com o Diretor de Operações da Empresa Lenovo, uma das maiores fabricantes de computadores no mundo, que atua no Brasil desde 2005. Na seção “artigo convidado” Ivan Ramalho, presidente da ABECE, tece comentários sobre o comércio entre os dois países. Finalmente, na seção “China em Foco”, Arthur Kroeber, diretor da Dragonomics escreve sobre a internacionalização do Yuan.

Vale destacar a última matéria, que versa sobre um programa de internacionalização do Yuan, instituído em resposta a crise financeira global de 2008, quando as autoridades Chinesas passaram a identificar o sistema monetário baseado primordialmente do dólar americano como um forte contribuinte e fonte sistêmica de risco para o Sistema Monetário Global. O que gerou enorme expectativa sobre a possibilidade da moeda chinesa substituir o dólar americano como principal moeda de reserva mundial. No entanto, para chegar a esse ponto, a China ainda tem muito a provar sobre a sustentabilidade de seus sistemas econômicos e políticos.

Confira também as edições anteriores :

http://www.cebc.org.br/sites/200/276/00002713.pdf

http://www.cebc.org.br/sites/500/521/00001726.pdf

http://www.cebc.org.br/sites/500/521/00001487.pdf

http://www.cebc.org.br/sites/500/521/00001958.pdf

[1] A partir de abril de 2011 a África do Sul passou a integrar o grupo, para tal é identificada na sigla pela letra “S”, do inglês South Africa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário