sábado, 12 de junho de 2010

Lula reprova sanções da ONU ao Irã

Bruno Huberman

Carta Capital


Hillary Clinton diz que embora Brasil e Turquia tenham votado contra, desempenharão papeis importantes na diplomacia com o Irã

Para o presidente Lula, as sanções contra o Irã, aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira 9, enfraquecem a entidade. “É um episódio (as sanções) que enfraquece o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Conselho de Segurança representa uma correlação de forças desde 1948, quando foi criado".

Brasil e Turquia foram os únicos países que votaram contra o pacote de sanções pedido pelos EUA, em lembrança ao “acordo de Teerã” firmado pelos dois países com o Irã, em maio, que deveria acabar com a crise a respeito do enriquecimento de urânio pelo governo iraniano para fins médicos. Washington alega que o Irã tem intenções militares e por isso pediu as sanções. O Líbano foi o único a se abster da votação. Os outros 12 membros votaram a favor.

Lula ressaltou que os integrantes permanentes do Conselho – Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China – se sentem “donos do Conselho” e deixou bem clara a sua indignação com o resultado final. "Eu fico triste porque todo mundo do Conselho é favorável a fazer a reforma. Todo mundo diz que o Brasil deve ser parte do Conselho, mas isso já faz 17 anos. Eu, sinceramente, espero que o Ahmadinejad permaneça tranquilo. Eu conversei muito com o primeiro-ministro da Turquia e decidimos votar contra porque temos nosso nome em um acordo".

Em visita a Duchambe, capital do Tadjiquistão, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse que "essas resoluções não têm valor... É como um lenço usado que deveria ser jogado na lata de lixo”. O enviado iraniano à Agência de Energia Atômica da ONU ressaltou que "nada vai mudar. A República Islâmica do Irã vai continuar as atividades de enriquecimento de urânio.”

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em visita a Bogotá, na Colômbia, elogiou o papel do Brasil nas relações diplomáticas com o Irã, apesar de a posição brasileira ter sido contra ao pedido americano por sanções. “No atual esforço diplomático com o Irã, acho que Turquia e Brasil vão continuar tendo um papel importante".

Israel comemorou a medida do Conselho da ONU. O vice-primeiro-ministro israelense Sylvan Shalom: "um passo importante numa boa direção, porém elas (as sanções) não bastam, pelo que é preciso contemplar rapidamente outras medidas contra o Irã se o país não renunciar a seus projetos nucleares".

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